FRANCIS PICABIA (François-Marie Martínez-Picabia, pintor) (1879-1953) Picabia nasceu em Paris, mas era de família espanhola. Estudou na escola de arte decorativa. Identificou-se com a obra do impressionista Sisley e apresentou seus primeiros quadros, sem muito sucesso, no Salão dos Autônomos em 1903. Fez sua primeira exposição individual na galeria Hausmann, também em Paris, com os mesmos resultados desanimadores. Tendo tentado a sorte com o impressionismo, Picabia começou a se relacionar com os pintores cubistas e abstratos, mas também não conseguiu se identificar com essa linguagem artística. Conheceu então Marcel Duchamp e graças ao artista francês conseguiu participar do Armory Show de Nova York. Lá apresentou pela primeira vez seu famosos antimecanismos, considerados premonitórios em relação ao movimento dadaísta, que pouco depois se estenderia por toda a Europa. Esses quadros representavam máquinas sem qualquer utilidade, refletindo a teoria do artista sobre o progresso. Picabia via nas máquinas, sobretudo nas de guerra, a destruição do ser humano e não sua evolução. Os antimecanismos, apesar de exporem um tema tão árido, apresentavam cores suaves e harmoniosas e não deixavam de ter um certo lirismo. Em 1916 Picabia foi para Barcelona e um ano mais tarde fundou o jornal 391. Finalmente mudou-se para Zurique, onde se uniu a um grupo dadaísta lá estabelecido. Seus trabalhos posteriores foram desenhos de cenários. Passou os últimos anos no sul da França, totalmente dedicado à pintura.